A luta contra a insegurança alimentar continua sendo um tema urgente no país, de acordo com o procurador Bruno Garcia Redondo. Isto posto, as políticas públicas envolvendo o combate à fome no Brasil representam o ponto de convergência entre direitos sociais e desenvolvimento econômico, pois criam as condições para que todas as famílias tenham acesso regular a alimentos de qualidade.
Logo, ainda que os índices de pobreza extrema tenham recuado nos últimos dois anos, a vulnerabilidade de milhões de brasileiros exige respostas estatais coordenadas e de longo prazo. Este artigo examina como diferentes programas estruturais vêm atuando para cumprir esse objetivo. Portanto, continue a leitura e descubra de que forma essas iniciativas podem transformar a realidade do seu município.
Por que as políticas públicas são decisivas?
Nas últimas duas décadas, as políticas públicas na erradicação da fome no Brasil evoluíram de ações pontuais para um arcabouço jurídico-institucional robusto que assegura orçamento, metas e mecanismos de monitoramento. Segundo o doutor Bruno Garcia Redondo, avanços como a inclusão do direito humano à alimentação na Constituição consolidaram a fome como questão de Estado, não de governo, criando obrigações permanentes para União, estados e municípios.

Outro aspecto crítico é o efeito multiplicador dessas políticas sobre o mercado interno. Pois, ao injetar recursos em bolsas de transferência de renda e compras governamentais, o poder público estimula a produção agrícola familiar, aumenta a circulação de alimentos nos territórios e fortalece cadeias curtas de abastecimento. Como comenta Bruno Garcia Redondo, isso gera um ciclo virtuoso capaz de reduzir dependências externas e criar empregos locais em logística, processamento e comércio.
Como o Bolsa Família evoluiu para Brasil sem Fome?
O Programa Bolsa Família, relançado em 2023 com novos valores e condicionalidades, tornou-se a espinha dorsal das políticas públicas na erradicação da fome no Brasil, conforme pontua o procurador Bruno Garcia Redondo. O benefício alcança mais de 20 milhões de lares e ajusta o nível de transferência de acordo com o perfil nutricional das crianças.
A iniciativa foi incorporada ao Plano Brasil Sem Fome, estratégia interministerial lançada em agosto de 2023 e coordenada pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. Seguindo recomendação de organismos internacionais, o plano adotou três eixos: acesso à renda e ao alimento, produção sustentável e governança integrada. Esse desenho evita a sobreposição de ações e otimiza recursos, ao mesmo tempo em que estabelece metas claras, como zerar a fome até 2026.
Programas estruturantes que colocam comida no prato
Antes de detalhar cada programa, vale lembrar que a combinação de iniciativas amplia a eficiência da política de segurança alimentar.
- Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) – compra produtos da agricultura familiar e doa a escolas, creches e equipamentos públicos de alimentação, garantindo preços justos aos produtores e abastecimento contínuo.
- Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) – assegura merenda balanceada a 40 milhões de estudantes, exigindo que pelo menos 30 % dos itens venham da agricultura local.
- Cozinhas comunitárias e restaurantes populares – oferecem refeições a baixo custo em áreas urbanas densas, atendendo trabalhadores de baixa renda e populações em situação de rua.
- Sisan e Consea – instâncias de participação social que fiscalizam políticas e formulam recomendações para o poder público.
- Premiação Brasil sem Fome – incentiva prefeituras a inovarem em projetos de combate à fome, disseminando boas práticas e reconhecimento nacional.
Isto posto, a integração desses programas constrói uma rede de proteção que atua desde a produção até o consumo, reduzindo falhas de mercado e barreiras de acesso.
Qual é o papel dos municípios na segurança alimentar?
Por fim, embora a União concentre a maior parte do financiamento, os municípios são responsáveis por articular estratégias locais e garantir que os recursos cheguem a quem precisa. De acordo com o doutor Bruno Garcia Redondo, as prefeituras conseguem identificar com mais precisão bolsões de pobreza, comunidades tradicionais ou periferias onde a fome ainda persiste. Para isso, utilizam o Cadastro Único, levantamentos de saúde e conselhos de segurança alimentar, definindo critérios de elegibilidade, acompanhando frequência escolar e fiscalizando a qualidade dos alimentos distribuídos.
Além disso, iniciativas como hortas urbanas, feiras de agricultura familiar e bancos de alimentos complementam as transferências federais, criando oportunidades de renda e melhorando a oferta de produtos in natura. Sem contar que a adesão ao Sisan garante suporte técnico, intercâmbio de experiências e prioridade em editais federais, o que acelera a implementação de projetos e o alcance de metas.
Um compromisso contínuo contra a fome
Em resumo, o sucesso dos programas destacados mostra que é possível avançar, mas o desafio exige vigilância permanente. Desse modo, metas ousadas, como retirar o Brasil do Mapa da Fome até 2026, dependem da manutenção dos investimentos, da participação social ativa e do engajamento de todos os níveis de governo. Assim sendo, se as políticas públicas do combate à fome no Brasil permanecerem integradas, transparentes e voltadas ao público mais vulnerável, o país pode consolidar um legado de justiça social que se refletirá em gerações futuras.
Autor: Kalamara Rorys